estou?
 

 

todo mundo que viaja tem que ter um blog. se é pra portugal, então, é indispensável que o título do blog seja uma piadinha. aqui estou eu. está lá?

 
 
   
 
sexta-feira, outubro 28, 2005
 
ok. estou namorando um portuga. e é o paulo, jean-pierre léaud. qualquer hora, ponho fotinhos.

domingo, outubro 23, 2005
 
estou em marinha grande, a 2 horas de autocarro de lisboa. vim passar o fim-de-semana na casa do paulo, já grande amigo. vocês adorariam ver isso aqui, é lindo. fomos à praia (porém, sem nos banharmos). subi num mirante e vi florestas até onde a vista alcançava. ruelas, praças, cerveja portuguesa. agora escrevendo do laptop do pai dele. um fim-de-semana agradável, os melhores dias até agora.
(o paulo me lembra o jean-pierre léaud ou mesmo antoine doinel. qualquer hora falo melhor dele, peça chave aqui e que me mostrou buffalo 66 e amor à flor da pele e outras coisas e tem sido ótimo).

terça-feira, outubro 18, 2005
 
calçada marquês de abrantes, 7. 5º.
lisboa, PT.
1200-717.

meu telemóvel: 96145-2666.

=)

segunda-feira, outubro 17, 2005
 
já durmo na casa nova há dois dias, mas só hoje teremos água e só quarta teremos gás e luz.
enfim, fui ao cinema. meias de seda com fred astaire na cinemateca (é baratinho para os estudantes da ESTC, tem coisas imperdíveis todos os dias, é perto de casa e dá pra ir a pé) e last days num cinema de circuito (lugares marcados!). maravilhas!
há um húngaro nas minhas aulas de montagem. ele não entende nada de português. nada mesmo! muito engraçado... a cada 5 minutos ele me pergunta: "o que ele falou esse tempo todo?". hahahaha
duas coisas que os portugueses fazem demais: falar ao celular e fumar. o tempo todo, o tempo todo!

sexta-feira, outubro 14, 2005
 
enfim, temos uma casa! logo passo o endereço, pois não tenho ainda aqui comigo. tem vista para o tejo, assim que a tecnologia da fotografia chegar até nós eu talvez consiga mostrar-lhes isso.

estou animada com as aulas na faculdade.
quanto ao cinema, ainda não fui por motivo de ordem prática: custa caro. 5 euros, 4 euros e qualquer coisa para estudantes. ainda não dá pra gastar assim. há um tal de um cartão chamado king card. você faz ele e paga 13 euros por mês pra ir aos cinemas (de uma certa rede, grande) quantas vezes quiser, mas para fazê-lo é preciso ter uma conta em banco e também tem que pagar por um ano. há o cinema da cinemateca, em que alunos da estc pagam baratinho, mas também ainda não fui pela falta de tempo. por aqui, acontece um festival de cinema francês e talvez eu consiga enfim ver qualquer coisa. acho que hoje mesmo passa caché, mas talvez eu não possa ir porque devemos fazer mudança. começa o doc lisboa logo mais e passam muitas coisas que prometem ser boas. os artistas do teatro queimado e tal. a marcha do imperador também dá curiosidade de ver. mas não tenho muito tempo nem dinheiro e a vida ainda está uma bagunça, preciso ainda arrumar um emprego. a única coisa que preciso ver muito urgentemente é last days, que está em cartaz! o resto vai se adiando e as coisas vão se ajeitando.
beijos.

quarta-feira, outubro 12, 2005
 
já aluguei demais o computador aqui da biblioteca. depois escrevo mais. desculpem por não mandar emails e cartas, mas tá difícil ainda. acho que encontramos uma casa e hoje assinamos contrato e mudamos.
beijos e saudades =)
 
a escola parece ser muito boa. é grande, bonita e limpa. visitamos o estúdio deles e é gigantesco perto do nosso lá da uff. eles têm coisas como mil gelatinas e... grua! a comida para os alunos não é lá os R$0,70 da uff, mas é barata como não se encontra por aqui: 1,90 euro pela sopa com pão de entrada + carne (sempre 2 opções, que ontem foram bife de peru com molho de champigon e salada de mariscos) + arroz (hoje com feijão) ou purê + salada + suco (à vontade) + sobremesa (várias opções: arroz doce, mousse de chocolate, bolo, fruta etc.). a comida é muito gostosa. fora do horário do almoço, pode-se comer na cantina por preços mais em conta também.
de resto não posso dizer muito, só depois que vir mais aulas. tive 3 aulas. na de hoje o professor só entregou o programa e as outras 2 foram boas, depois conto. o que me deixou feliz também fio ter entendido tudo o que os professores falaram em sala de aula. acho que depois de 1 semana intensiva já estou me habituando ao português português...
 
o pessoal que nos hospedou.

- tô.
- olá, ricardo. aqui é a natália, do brasil. foi o pedro quem me deu seu telefone...
- olá, natália!
- você pode nos hospedar?
- sim, claro. já está tudo certo.
- mas somos 3, tudo bem?
- não há problema algum!

ao chegarmos, mortos de cansaço (vocês não têm idéia de como ficaram nossos corpos depois de carregar aquelas malas pesadas para lá e para cá, escada acima e escada abaixo), à casa de nossos novos amigos ficamos muito felizes: são todos muito simpáticos e nos trataram muito bem. "rcardo" era meu contato inicial e foi sempre muito simpático. é de coimbra, pelo que me lembro, e bastante na dele, apesar do bom humor. "manel" é a pessoa mais engraçada do mundo. já foi ao brasil, tem amigos no nós do cinema e quer ir trabalhar lá. imita brasileiros muito bem e a gente se mija de rir (quando percebe). "izbel" é a única menina da casa e faz biologia. foi sempre ótima, mas convivemos menos porque foi passar o fim-de-semana na casa dos pais, no porto. "pifas" é um garoto adorável que faz medicina e cedeu um confortabilíssimo colchão no chão de seu quarto para que eu dormisse. pifas é irmão de antónio josé, que estuda com os meninos de cinema e a quem todos chamam tozé. na primeira e única festa da escola a que fomos eu o chamei de tom zé, brincando, e ele respondeu: "já fiz o papel dele numa encenação, ele é muito bom".
enfim, os gajos são fixe, pá!
 
aqui o transporte não é muito barato. uma passagem de autocarro* ou de elétrico* custa 1,20, ms se compras* 2 nua cabine da viação cada uma sai por 0,70. 0,70 é exatamente o preço do bilhete simples de metro*. um bilhete de ida e volta custa 1,20 e um bilhete simples para circular em duas zonas (isso depende do lugar pra onde vais*) é 1 euro.
(essa coisa de 2 zonas nos custou nosso primeiro grande mico em portugal: compramos um bilhete de ida e volta, que só vale para uma zona, e, sem saber, circulamos por 2 zonas. ao tentarmos sair da estação, enfiávamos o bilhete na máquina e a porta não abria! muito tempo depois veio um carinha da estação e explicou que, pra sair, teríamos que comprar mais um bilhete simples, porque aquele que tínhamos não valia ali...).
o comboio* depende de onde pegas e de onde saltas, mas para o trajeto que costumamos fazer pagamos 1 euro.
imaginem, então, que durante essa semana andamos para lá e para cá atrás de um lugar para morarmos e gastamos uma grana em transporte. porém, há algo que nos facilitará muito nesse sentido: há um cartão que vale pelos meios de transporte que escolheres (há vários planos), pago 1 vez por mês e que podes* usá-lo quantas vezes quiseres* por dia. para comboio e metro, os meios que mais utilizaremos, custa 20 e poucos euros. barateará muito. porém, leva 8 dias úteis para ficar pronto e até lá temos que aguardar...
 
quando saímos do aeroporto e pegamos um autocarro* até o hotel, fomos seguindo um mapa de transportes de lisboa com os olhos e dizendo: agora ele vai entrar na rua tal, depois na rua tal etc. vladimir disse: daqui a uma semana conheceremos lisboa melhor do que quem mora aqui. cá estamos, uma semana depois, e andamos em lisboa para lá e para cá com a desenvoltura de quem está aqui há muito tempo...
 
começa a acontecer, por aqui, a revolução das máquinas. logo ao chegar ao aerorporto, uma máquina de compra de cartões telefónicos* comeu 3 euros meus. 3 euros! têm noção?? e fez que nem era com ela. no mesmo dia ou no seguinte a máquina de compra de bilhetes do metro (atenção, métro e não metrô) engoliu o troco do fábio! sem contar nos telefones públicos que engolem o seu troco se você põe uma moeda de um euro e só fala cêntimos*. vladimir, sempre o mais sortudo, por sua vez, passou a perna na máquina de cigarros. não sei por que motivo ela devolveu a ele mais troco do que deveria, mas isso nos deixou contentes a todos e nos soou como um troco merecido. ops, fiz um trocadilho sem querer. ops, de novo!

terça-feira, outubro 11, 2005
 
o episódio do aeroporto é meio chato. e foi estressante para nós (eu, vlad e fábio, os meninos da uff que vieram comigo). não, não fomos parados pela alfândega ou qualquer coisa assim. nesse sentido, correu tudo bem. o problema foi não termos conseguido falar com ninguém. refiro-me às pessoas que iriam nos hospedar. descobri mais tarde que os nossos amiguinhos daqui achavam que só chegaríamos no dia seguinte. pensamos em ir para um albergue, que era o nosso plano b desde o início, mas eles não tinham mais quartos duplos e imaginem vocês nós três com toda aquela bagagem para um ano em quartos múltiplos de albergues. não ia dar certo. e essa idéia repugava principalmente ao vlad, que trouxe câmeras, lentes e muitas outras coisas caríssimas que dizem respeito a um fotógrafo e assistente de câmera.
plano c: pedir à andrea, prima de minha mãe que mora em lisboa - e que não poderia me hospedar - para deixarmos as malas na casa dela e, então, poderíamos ir para um albergue apenas com nossas mochilas. andrea não estava em casa, mais tarde ninguém atendia. já era de tarde (chegamos por volta das 6:30 d manhã) e resolvemos ir para um hotel barato (para os padrões lisboetas, que fique claro, não para os nossos), onde as malas ficassem seguras e, daí, pudéssemos resolver a vida. à noite, nossa sorte começou a mudar: o fábio conseguiu falar com a filha-de-um-amigo-do-pai-dele e ela disse que não havia nenhum problema em deixarmos as malas na casa dela por quanto tempo fosse preciso, apesar de ela não nos poder hospedar. ficamos felizes. resolvi, então, ligar para o pedro, meu amiguinho daqui (que eu só conhecia pela internet) e ele foi os encontrar.
(o pedro já havia me falado, pela manhã, que infelizmente não me poderia hospedar, pois estava com irmão e sobrinho em casa. porém, ele havia arranjado quem nos hospedasse, e foi justamente com esses que não havíamos conseguido falar).
o pedro nos encontrou perto de onde estávamos hospedados. muito simpático! eu disse a ele que não havíamos conseguido falar com seus amigos e ele, dali mesmo, fez uns telefonemas e resolveu nossa vida, pelo meos por um bom tempo, o que foi fundamental.

nota: aqui em portugal, se não tens* um telemóvel* estás* ferrado. telefonar de telefone público para móvel é uma fortuna! mesmo. do tipo um cartão de 9 euros ir embora rapidinho. isso quer dizer que eu, muito em breve, pela primeira vez na vida, terei que ceder e comprar um telemóvel*, inclusive porque isso é indispensável quando procuras* emprego. bem, quando a água bate na bunda...

(já escrevi mais coisas na minha agenda e preciso passar pra cá, mas a biblioteca da faculdade vai fechar porque já são seis horas. assim que tiver oportunidade, volto a escrever).
 
nunca voei de avião, disse eu ao vlad quando o avião se encaminhava para a a pista de decolagem. ele disse que "o mais legal é a decolagem e a aterrissagem", e estava certo, como pude ver depois. voar de avião é como andar num brinquedo de parque de diversões: mesmo com o possível medo que isso possa trazer - e a mim foi pouco, independentemente de eu nunca saber se o que estava acontecendo era normal ou não -, é divertido. de qualquer forma, nunca confiei muito nos enterprises e kamikazes da vida naqueles parques mambembes que aportavam em colatina - e sempre andei nos brinquedos.
logo percebi que um avião não era nada daquilo que eu imaginava. as asas daquilo são um organismo vivo!, têm mil pedaços que parecem independentes e que se movem quase aleatoriamente, um milhão de combinações. depois que se vê isso de perto - sim, eu sentei à janela - tem-se quase certeza de que aquele treco, por mais pesado que seja, é muito seguro.
quando o avião começou a fazer uma volta para aterrissar e eu fiquei abismada e feliz com a visão da cidade lá de cima, o português que estava do meu lado e com quem eu havia trocado algumas palavras disse-me: "bem-vinda a lisboa".
 
duas das visões mais bonitas da minha vida: a vista, do avião, do rio ao pôr-do-sol e a vista de lisboa ainda escura, toda iluminada, de manhãzinha.
 
olá. vou tentar escrever alguma coisa. o teclado é meio doido, então não liguem para os erros de digitação, falta de acentos etc. prometo responder os comentários quando tiver tempo. acho que tudo caminha bem.

sexta-feira, outubro 07, 2005
 
oi. ainda sem teto. mas tudo bem. calor do inferno! mas o fábio disse pra eu não reclamar do calor. faz sentido.

terça-feira, outubro 04, 2005

segunda-feira, outubro 03, 2005
 
embarco hoje, às 5:20 da tarde, no galeão rumo a lisboa. só há poucos dias eu realmente me dei conta de que vou viajar e ficar um tempão fora. parecia que num era verdade, ainda num tinha caí­do a ficha. eu nunca andei de avião e não estou apavorada com isso, mas estou nervosa com tudo. tenho medo de não conseguir embarcar, de não me deixarem entrar lá, de não trocarem meu dinheiro no aerorporto, de o garoto que vai me hospedar não atender o celular, de ficar na rua, de ser roubada, de não conseguir um emprego. mas, mesmo assim, ainda acredito que tudo vai dar certo.

 

 
   
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