nunca voei de avião, disse eu ao vlad quando o avião se encaminhava para a a pista de decolagem. ele disse que "o mais legal é a decolagem e a aterrissagem", e estava certo, como pude ver depois. voar de avião é como andar num brinquedo de parque de diversões: mesmo com o possível medo que isso possa trazer - e a mim foi pouco, independentemente de eu nunca saber se o que estava acontecendo era normal ou não -, é divertido. de qualquer forma, nunca confiei muito nos enterprises e kamikazes da vida naqueles parques mambembes que aportavam em colatina - e sempre andei nos brinquedos.
logo percebi que um avião não era nada daquilo que eu imaginava. as asas daquilo são um organismo vivo!, têm mil pedaços que parecem independentes e que se movem quase aleatoriamente, um milhão de combinações. depois que se vê isso de perto - sim, eu sentei à janela - tem-se quase certeza de que aquele treco, por mais pesado que seja, é muito seguro.
quando o avião começou a fazer uma volta para aterrissar e eu fiquei abismada e feliz com a visão da cidade lá de cima, o português que estava do meu lado e com quem eu havia trocado algumas palavras disse-me: "bem-vinda a lisboa".