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quarta-feira, junho 28, 2006
coisas pra vocês baixarem e ouvirem e tentarem entender alguma coisa: - ena pá 2000 - taquetinhu ou lebas nu fucinhu - maria albertina - carlos paredes (lindo)
eu pedi numa oração ao querido são joão que me desse um matrimônio são joão disse que não são joão disse que não isso é lá com santo antônio...essa é a música mais cantada por mim e pelo vlad (matando o fabio de raiva e o bernardo de rir) nos últimos tempos. é que SANTO ANTÔNIO (ónio) é padroeiro de lisboa e SÃO JOÃO é do porto, informações que verificamos in loco com grande alegria e surpresa! é que se o carnaval foi decepcionante, as festas dos santos nas suas respectivas cidades superou qualquer expectatica! em lisboa no dia do santo todo mundo sai de casa e vai pra a rua! a cidade toda abarrotada de gente comendo sardinha (a comida típica da ocasião) ou outras coisas (eu comi bifana no pão)e tem as marchas populares (desfilam na rua, há os vencedores...) e música pimba (brega) com todo mundo cantando e dançando. pois é, o carnaval aqui é em junho. o melhor de tudo: música nas ruas! coisa que quase nunca se vê aqui em lisboa (pois os bairros da vida noturna também são bairros residenciais) e vocês não sabem que diferença isso fez nesta cidade e nas pessoas! inacreditável, inacreditável. pela primeira vez voltamos pra casa com sol quente na cuca. foi lindo. então na sexta passada era dia de são joão e resolvemos ir ao porto, na casa do bernardo, ver como é que era aquilo. lindo, de novo. todas as 2937238973289470238974 pessoas que estão nas ruas (sai todo mundo!) com martelos de plástico que fazem TOIMTOIM quando batem nas cabeças dos outros (sim, vocês leram bem, MARTELOS que fazem TOIMTOIM). então é todo mundo (é lógico que comprar um martelinho foi a primeira coisa que eu fiz), TODO MUNDO batendo na cabeça de TODO MUNDO QUE PASSA. emocionante! é lógico que os carecas eram o alvo preferido, mas ninguém ficava de fora. eu achei o máximo principalmente porque era uma interação que a gente não vê muito por aqui, eles não são muito de mexer com os outros nem de deixar que mexam com eles... o máximo. dançamos música pimba até as 8 e no outro dia comemos um BORREGO assado na casa do bernardo. foi até difícil conseguir comer as FRANCESINHAS que comemos mais tarde tomando um FINO e vendo o jogo da argentina com o méximo. ufa, ufa! que isso aqui não tá nada mal... =)))
(quem tirou as fotinhos abaixo foi o sam, um caboverdeano de dois metros de altura muito gente boa que é primo da namorada do gil, um colega meu de classe, e que eu sempre sempre sempre encontro no bairro alto - e, nesse caso, também na expo, onde vimos o segundo jogo do brasil seguido de olodum puapá papá bumbumbum)
quinta-feira, junho 22, 2006
arrá. sei que tou sumida. terminei a montagem do filme e agora só tenho ido pra a escola para as poucas aulas que ainda não terminaram e quando saio a biblioteca já tá fechada. portanto, net só no estágio e não dá pra abusar. preciso contar das festas dos santos que parecem um carnaval (tarda mas não falha) e blablablá. mas num dá tempo agora, tou em horário de almoço e preciso voltar pros remendos. por enquanto, ficam aí duas fotinhos. não se assustem!
sexta-feira, junho 09, 2006
quem não reconhece um ídolo, mesmo à distância? eu o vejo ali. sim, aquele mesmo. e espero vê-lo ao vivo em julho e dizê-lo em péssimo inglês que ele mudou a minha vida, ah se mudou.
segunda-feira, junho 05, 2006
há aqui em portugal um senhor de 98 anos que tem feito, há tempos, pelo menos um filme por ano. vi hoje lá na cinemateca OS CANIBAIS, filme que esse simpático velhinho dirigiu em 88. é uma ópera, é tragicômico, é o primeiro filme em que entra a leonor silveira, tem mais 3 ou 4 atores que eu já adoro e é inacreditavelmente bom! o joão já tinha me falado do filme e eu não tinha a menor idéia nem que era de época nem que era musical! e tem um humor maravilhoso! bem, acho que o oliveira deveria se mudar para o brasil e pedir nacionalidade lá. pra a gente poder dizer que é nosso. os portugueses em geral não gostam dele mesmo (quase sempre é do tipo não vi e não gostei). daí ele ainda fazia mais uns 20 filmes na vida e ficávamos todos felizes. (lógico que senti um pouco de dificuldade pra entender o que eles falavam. tinha que apertar os fones no ouvido. mas consegui entender quase tudo, o que é animador! afinal, ópera cantada em português de portugal é um bicho de sete cabeças, meus amigos...).
domingo, junho 04, 2006
ontem fui com o fabio a um barzinho que toca música brasileira, chamado óka, lá no bairro alto. o fato de o cara não saber as letras das músicas nem me irritou, porque eu tava feliz só de ouvir algumas coisas tipo titãs e chico buarque. daí veio o intervalo e meu deus meu deus o que é isso não é possível há quantos séculos que eu não ouço isso oh mas é inconfundível. era mesmo rastapé, aquele famoso cd que furoooooou naquele fatídico carnaval lá em guriri. lembrei da gente dançando na varanda de casa, bem na quina ali, lembram? e foi ótimo e lembrei de todo mundo e o nasa e a nalygia tão casando e o bosta... aquele cd é a cara do bosta, não dá pra ouvir e não lembrar dele. não dancei com ninguém, mas fiquei feliz da vida.
sábado, junho 03, 2006
o que tenho lido? fora as cartas dos poetas que nunca me abandonam e o livro do desassossego e as antologias poéticas que eu trouxe, que são coisas que eu leio devagar e sempre, agora tenho tido mais tempo pra ler (nem que seja nos transportes públicos, quando vou para o estágio ou para escola ou para casa) e tenho tido muita vontade de ler e ler coisas novas. então o bernardo me emprestou um livro de contos do helberto helder, de quem pus um poeminha ali embaixo, me dizendo que aquele livro tinha o conto preferido dele, chamado ESTILO. foi uma descoberta. não só o conto preferido do bernardo é muito bom como o livro inteiro, de uma prosa poética muito fluente, que rompe com as regras gramaticais mas em nenhum momento é agressiva nem chata (como costuma ser quase sempre que tentam fazer isso). já descobri que o herberto helder é muito famoso aqui e é considerado. "é o meu poeta português favorito", um amigo me disse. tem coisas dele publicadas aí no brasil, vocês o conhecem? agora estou lendo uma seleção de contos fantásticos editada pelo fantasporto, que é um grande festival de filmes fantásticos e de terror que acontece lá no porto todos os anos, há décadas. o primeiro conto, divertido. o cara deve ser fanático por cinema de terror, citações por todos os lados. o segundo, maluco. dartagnan hoje em dia bate à porta de um velho mosqueteiro. o terceiro, meu deus, que coisa! senti aquela sensação boa de graças a deus que as pessoas escrevem e publicam pra a gente depois poder ler e sentir quase um frio na espinha. bom que dói. chama-se O ESTRANHO CASO DA RUA DA TORRINHA e é de uma moça chamada beatriz pacheco pereira, sobre quem agora vou tentar saber tudo e de quem vou tentar ler mais coisas, claro. e outra dia preenchi uma daquelas lacunas das quais a gente tem vergonha: li ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. lógico que eu já sabia que aquilo devia ser muito bom. lógico. mas como é que pode? coisa mais linda. fiquei apaixonada. não dava vontade de fazer mais nada na vida, só ler aquilo, e eu não queria nunca que o livro acabasse. não queria saltar no meu ponto do metrô pra não ter que parar de ler. que bom, que bom.
(a suely, querida amiga da família, veio a lisboa e me visitou! muito fofa. fiquei emocionada. ela trouxe pra mim uma "camisola" do brasil e isso é ótimo, vou poder usá-la na copa!)
então: já tem 2 semanas que tou no estágio e ainda não contei, né? no primeiro dia lá fui eu pegar o autocarro em campo grande. é que todos os dias o autocarro nos leva e nos traz, porque a cinemateca fica numa quinta imensa em loures, cidade vizinha a lisboa. eu acordei cedíssimo, imaginem, pra não correr o risco de perder o autocarro. tava meio nervosa, claro. mas cheguei a tempo (ok, confesso, cheguei bem cedo e tive que esperar, hehe) e qual não foi a minha surpresa ao chegar perto do autocarro e ver os dois moços da revisão e eles me reconhecerem (da minha visita ao arquivo alguns dias antes). um deles, o vitor, que é angolano, me perguntou: "então, pronta pra a revisão?". muito simpático! eu fiz uma cara de quem comeu comida estragada, porque não sabia e não sei o que responder numa situação dessas! devo ter pensado: será que já vou ser desmascarada? hehehe. mas a verdade é que quando cheguei lá já fui ficando logo menos nervosa. o vitor e o filipe, que é o outro cara que trabalha comigo e que é português, são muito simpáticos e super pacientes. o filipe me disse pra eu ficar junto deles vendo as coisas, como é que eles fazem e tal e quando eu quisesse, demorasse 1 hora ou 1 semana, poderia então passar pra a parte prática, meter a mão na massa. o filipe disse: "às vezes estou de mau humor, não liga não que não é com você nem com ninguém, é com o mundo. e você vai perceber que o vitor é muito mais paciente que eu", mentiras deslavadas. fiquei então colada aos meus dois colegas e perguntando tudo tudo tudo, coitados. e eles nem tchum, tão pacientes que não só respondiam o que eu perguntava como falavam muito, explicando tudo tintim por tintim. dizendo basicamente o que a gente faz lá na revisão: é a área do arquivo onde se revisam as cópias que entram e saem de lá. todos os filmes que passam no cinema da sede da cinemateca em lisboa (5 por dia) mais todos os que são pedidos por outras pessoas, para festivais, mostras, visionamentos no próprio arquivo etc. passam peloa revisão na saída e na entrada. na primeira revisão de uma cópia a gente anota o máximo de coisas possível: se é acetato ou poliéster (nitrato não costuma passar por lá), qual o estado da cópia (é atribuído um número de 1 a 9 de acordo com o estado em que a cópia se encontra, se está degradada, se tem muitos riscos, se tá "avinagrando", se tem muitas perfurações partidas...), se tá encolhida e quão encolhida tá no início, meio e fim de cada bobine, se tem muitos riscos, se tem muitas perfurações partidas, se a emulsão tá quebradiça e aí por diante. também se marcam alguns fotogramas e se anotam os tipos de colagens que tem no início e no fim de cada bobine, pra saber se quando projetaram a cópia o projecionista montou e se eventualmente cortou fotogramas fora (a cópia de câncer, do glauber rocha, que eu revisei ontem, tava com dois fotogramas a menos que na última revisão). daí, fora anotar tudo, a nossa missão principal é fazer com que a cópia fique em melhor estado possível para ser projetada. às vezes é difícil fazer muita coisa, por exemplo quando pedem o filme em cima da hora e ele está em mau estado (se estiver muito ruim mesmo e não der tempo de melhorar as coisas, às vezes pode até ser que se cancele a cessão, é assim que se escreve?, do filme). então em geral lá vamos nós: refazer as colagens que estejam mal feitas ou em que a cola esteja velha, "babando", o que prejudica o filme. limpar sujeira de cola que exista, com álcool. reparar perfurações que estejam partidas ou que não existam (pra isso a gente usa uma espécie de fita durex com perfurações iguaizinhas à da película, aí cola ali exatamente em cima do pedaço que tá com problema. isso às vezes é lixado, porque quando a película tá encolhida tem que ser de pequenos em pequenos trechos, então imagine se aquilo tem 2 metros de perfurações todas partidas...). enfim, é legal! é muito calmo, tem que ter paciência... o ambiente da nossa sala é muito agradável, porque é ampla e clara. o fato de meus colegas de sala serem muito gente boa tambem ajuda, lógico. daí a gente ouve sempre música, o dia inteiro (é das 9 às 5). o vitor, que é o angolano, adora música brasileira e sempre leva coisas (chico, caetano, moreno mais 2 que eu achei muito bom e que não nega a origem) e o felipe leva muitas coisas portuguesas boas, algumas das quais eu já conheço (os citados uns posts abaixo) e outras que não, além de coisas de rock, o que é sempre ótimo. ah, ele canta fado de coimbra! muito maneiro. como lá não tem almoço, ou a gente leva alguma coisa pra esquentar lá no microondas, na sala de almoço, ou desce pra comer numa tasca lá perto. eu não tenho tido tempo nem de cozinhar em casa nem de ir ao supermercado, por isso sempre desço com o pessoal (alguém, geralmente um garoto chamado andré, sempre dá boléia). problema é que lá não tem comida comida, então a gente tem que comer uma sopa e uma sandes... a hora do almoço também é legal, porque é quando a gente encontra todo mundo ou quase que trabalha lá, alguns dos quais muuuuito figuras, tipo o projecionista, o gigante. o papo sempre descamba pra política, futebol e filmes. invariavelmente, todos os dias. na nossa sala a gente também conversa muito, o tempo todo. o vitor é mais calado, mas o filipe adora conversar e é peça rara. fala muita sacanagem, conta piada... fala muito de filmes de uma maneira emocional e por isso eu sempre me identifico. é um daqueles aficionados por filmes de terror, ficção científica, western, mas por filmes em geral também. e por banda desenhada (história em quadrinho), lógico, como todo fã de terror que se preze. o vitor tem uma admiração pela lapa sem nunca ter estado lá e sempre me pergunta coisas sobre a lapa e sobre o brasil em geral. lê jornais brasileiros e depois vem comentar umas coisas comigo: claro que ele sempre tá mais por dentro do que eu. dos outros lá da cinemateca tem uns que são muito maneiros, mas com quem convivo menos. tem o mocinho que me dá carona todos os dias, que já foi fotógrafo pra jornal e agora estranha a vida pacata da cinemateca. tem um moço muito simpático que é crítico de cinema e puxou papo comigo. depois me disse que disse aos seus alunos na universidade onde dá aulas, numas aulas sobre "novas vagas": o melhor filme do mundo é brasileiro e se chama vidas secas. me diverti bué com ele contando as personalidades brasileiras que ele conhece. o diretor lá do arquivo é sempre tão simpático também e sempre me pergunta como é que vão as coisas por lá. há outros estagiários, na verdade quase sempre estagiárias. uma delas é de marinha grande e ficou surpresa quando eu disse que conhecia a cidade dela: "eu sempre digo que sou de leiria porque ninguém conhece a marinha...". e tem uma croata com sotaque italiano, é curiosíssimo! agora que sou trabalhadora cinematequense eu tenho entrada grátis lá no cinema da sede e direito a levar um acompanhante (pena que não tenho ninguém pra levar! hahaha. bem, fabio e vlad e bernardo continuam meus fiéis companheiros) e também recebo um exemplar das coisas que são editadas pela cinemateca (espero que tenha algum catálogo até eu ir-me embora). e, numa boa hora da vida, fiz pelo menos dois novos amigos. "vamos tomar uma cerveja lá no chapitô", disse um deles. claro, é animador.
o ruben, colega nosso aqui da estc, tava saindo lá de casa outro dia e eu perguntei a ele: ruben, por que você trouxe esse casaco se está um calor dos diabos?, a que ele respondeu: é que devolveram-mo hoje. soou algo como DEVOLVERAMOJE e o fabio não entendeu bulhufas e fez uma cara MUITO engraçada!!!! morri de rir! falei: quanta formalidade, ruben! e ele nos olhou com uma cara de GRANDAMALUCOS...
este fim-de-semana tem uma festa em serralves, um dos mais importantes museus de portugal, que fica no porto. pareceu muito legal, tinha um pouco de tudo (música, artes plásticas, dança, teatro...) e a entrada era gratuita. o bernardo é lá do porto e me hospedaria, além do que conseguiria boléia (carona) pra mim. mas... resolvi ficar. é que eu tenho ficado muito cansada com essa rotina de todo dia vir do estágio pra a escola e fiar aqui até meia-noite, ir dormir 1 e tal da manhã e começar tudo de novo. então, vou tentar um intensivão na escola este fim-de-semana pra ver se eu me livro. ou pelo menos quase.
em portugal, faça como os portugueses. ande de comboio e não de trem, entenda que reggae é música de festa e é pra dançar, chame o professor de Professor, fale mal do país, seja fanático por futebol e torça pro brasil, adore o castelo de são jorge, ouça zeca afonso e antónio variações, faça distinção entre o fado vadio e o de coimbra. leia adília lopes, fernando pessoa, beatriz pacheco pereira. e herberto helder. Não toques nos objectos imediatos. A harmonia queima. Por mais leve que seja um bule ou uma chávena, são loucos todos os objectos. Uma jarra com um crisântemo transparente tem um tremor oculto. É terrível no escuro. Mesmo o seu nome, só a medo o podes dizer. A boca fica em chaga.
quinta-feira, junho 01, 2006
vocês não entenderam. ESDRÚXULA aqui é a mesma coisa que PROPAROXÍTONA! "O adjetivo esdrúxulo em U" reconhecem isso de algum lugar? =) obs: tou muita cansada, vou pra casa dormi. quando tiver tempo escrevo, acho que isto voltou ao normal!
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