o que tenho lido?
fora as cartas dos poetas que nunca me abandonam e o livro do desassossego e as antologias poéticas que eu trouxe, que são coisas que eu leio devagar e sempre, agora tenho tido mais tempo pra ler (nem que seja nos transportes públicos, quando vou para o estágio ou para escola ou para casa) e tenho tido muita vontade de ler e ler coisas novas.
então o bernardo me emprestou um livro de contos do helberto helder, de quem pus um poeminha ali embaixo, me dizendo que aquele livro tinha o conto preferido dele, chamado ESTILO. foi uma descoberta. não só o conto preferido do bernardo é muito bom como o livro inteiro, de uma prosa poética muito fluente, que rompe com as regras gramaticais mas em nenhum momento é agressiva nem chata (como costuma ser quase sempre que tentam fazer isso). já descobri que o herberto helder é muito famoso aqui e é considerado. "é o meu poeta português favorito", um amigo me disse. tem coisas dele publicadas aí no brasil, vocês o conhecem?
agora estou lendo uma seleção de contos fantásticos editada pelo fantasporto, que é um grande festival de filmes fantásticos e de terror que acontece lá no porto todos os anos, há décadas. o primeiro conto, divertido. o cara deve ser fanático por cinema de terror, citações por todos os lados. o segundo, maluco. dartagnan hoje em dia bate à porta de um velho mosqueteiro. o terceiro, meu deus, que coisa! senti aquela sensação boa de graças a deus que as pessoas escrevem e publicam pra a gente depois poder ler e sentir quase um frio na espinha. bom que dói. chama-se O ESTRANHO CASO DA RUA DA TORRINHA e é de uma moça chamada beatriz pacheco pereira, sobre quem agora vou tentar saber tudo e de quem vou tentar ler mais coisas, claro.
e outra dia preenchi uma daquelas lacunas das quais a gente tem vergonha: li ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. lógico que eu já sabia que aquilo devia ser muito bom. lógico. mas como é que pode? coisa mais linda. fiquei apaixonada. não dava vontade de fazer mais nada na vida, só ler aquilo, e eu não queria nunca que o livro acabasse. não queria saltar no meu ponto do metrô pra não ter que parar de ler. que bom, que bom.