passei o natal numa aldeiazinha perto do porto, onde o primo do meu avô, ernesto, mora com a família. o ernesto já nos visitou no brasil 2 vezes e sempre nos cobrou uma visita, que meus pais sempre quiseram mas nunca puderam fazer. passei apenas 2 dias lá, pois tinha que voltar pra lisboa já no dia 25. o primo foi um amor de pessoa. sempre simpaticíssimo! ele e a esposa foram me buscar na estação rodoviária, no porto, e de lá pegamos o comboio pra a cidadezinha onde fica a aldeia deles. almoçamos juntos num restaurante em penafiel e depois ele deu um giro comigo pra me mostrar as redondezas. a cidade era tão bonitinha...! as pracinhas com grama verde, as árvores secas... na estrada pra a aldeia deles, que coisa mais linda! tudo que é casa tinha pelo menos uma videira no quintal. nesta época estão secas e estão lindas, mas dizem que quando estão verdinha ficam ainda mais bonitas... conheci o lugar chamado entre rios, onde uma ponte caiu anos atrás e matou uma data de gente. é entre o douro e o minho. conheci o filho do ernesto e da tereza e sua esposa, gente boa. e os netinhos! tão fofos, gostaram mt de mim. alexandra e pedro miguel. até enviei depois as fotinhos que nós tiramos pra eles. e a mãe me deu uma fotinho deles pra eu trazer de recordação...
no natal eu dei uma gafe. era bacalhoada e eu tive, tive que dizer que eu não comia... coitada, a moça foi lá fazer bife pra mim, mesmo eu dizendo que não precisava... foi ótima a ceia, depois as sobremesas... rabanada, aletria... o mais curioso é que à meia-noite eu já estava na cama! e um frioooo, um frio fodido. pensei que não moraria lá nem que a vaca tussisse... 2 dias e eu já tava doida pra voltar pro "calorzinho" de lisboa... uma coisa é um frio danado nas ruas, que nem em estocolmo, mas chegar em casa e poder andar de calcinha e sutiã. mas aquilo lá do porto, em que você respira na cama e depois precisa de mais meia hora até a cama ficar quentinha de novo não dá. mesmo.
lá na aldeia deles fiquei emocionada quando o ernesto me contava da vez em que meu avô foi lá, depois de ter saído quando era pequeno (acho que tinha 14 anos) e vindo pro brasil. nunca mais tinha voltado. fiquei mesmo emocionada e o ernesto me mostrou a casa onde vovô nasceu e a igreja onde foi batizado. foi muito legal.
a parte menos legal ficou por conta da esposa do primo que é muito mal-humorada. o ernesto tentava falar "brasileirês" com medo de eu não entender (mal sabe ele que eu já tou me virando muito bem). por exemplo, falava "ônibus" ao invés de autocarro. daí a esposa virava e falava: aqui não existe ônibus nenhum! autocarro!! hahaha, era até engraçado. o que não era engraçado é que lá eles são extremamentemente racistas. bizarro. o primo eu acredito que não. pelo menos não disse nada. mas todo mundo falava coisas do tipo: "lá em lisboa agora é uma pretaiada só, deus que me livre!". era daí pra baixo. enfim, uma experiência antropológica.
dizem eles que me aguardam para a páscoa e eu tenho mesmo que voltar lá antes de ir-me embora. mas na páscoa provavelmente vai ser quando os projetos vão ser rodados, então espero estar ocupada.